segunda-feira, 2 de abril de 2012

                  J. Carlos, cartunista carioca
                                                       Patrono da nossa escola


   Brasil. Rio de Janeiro. Botafogo. 18 de junho de 1884. Nasce José Carlos de Brito e Cunha, o J.Carlos. Futuro Léo, nome que assinou em alguns trabalhos. Sem nunca ter estudado desenho, abandonou o curso ginasial para dedicar-se à caricatura. Tornou-se um verdadeiro ícone, referência indiscutível para aqueles que estudam o assunto. Além de possuir ótimas caricaturas de políticos em seu acervo de mais de 100 mil desenhos, compôs um retrato vivo da sociedade brasileira do início do século XX, retratando a vida carioca, as praias, o carnaval, a moda e os costumes, criando personagens típicos da cidade.


   Como afirma outro mestre da caricatura, Alvarus: "Se a verdadeira psicologia de um povo se reflete através do lápis de seus caricaturistas, ninguém melhor do que J. Carlos retratou nosso povo, nossa sociedade, os snobs e a classe média e muito especialmente a alma encantadora das ruas, da sua cidade natal - O Rio que tanto amou".

   J. Carlos foi um criador de tipos, todos captados fielmente pelo seu olhar perspicaz e inspirados em tipos comuns da cena carioca, que via no dia-a-dia. Sempre trabalhou de forma incansável. Tendo iniciado suas publicações no O Tagarela, em 23 de agosto de 1902, marcou presença de forma indelével em praticamente todas as revistas ilustradas da época, durante quase meio século.


   Antes de morrer subitamente em 2 de outubro de 1950, sobre sua prancheta de trabalho na redação da Careta, em Botafogo – mesmo bairro em que nasceu – criou Jujuba, Juquinha, Carrapicho, Borboleta, Gibi, Lamparina, Melindrosa, Almofadinha e Pierrô. São alguns de seus personagens nascidos de um traço simples, associado a uma expressão muito incisiva.


   Mas, a sua obra não ficou restrita às charges e ilustrações. Este artista fez incursões como autor do teatro de revista, com a peça É do Outro Mundo. E uma de suas faces menos conhecidas é a de escultor. Ele fez bustos e estatuetas caricatas de vários políticos.


   Hoje, J. Carlos é reverenciado com o nome em uma rua do Jardim Botânico, um busto em praça pública no mesmo bairro e o nome de uma escola municipal em Irajá. Teve ainda uma medalha em sua homenagem, um broche em cerâmica com a imagem da "Melindrosa" e a decoração da cidade no carnaval de 1970 baseada em sua obra.

   J. Carlos foi tentado pelo criador do Mickey. Na ocasião, Walt Disney visitava o Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial. E o cartunista desenhou um papagaio como personagem tipicamente brasileiro. Chegou a fazer uma charge do papagaio, preparando as malas para ir a Hollywood. Mas desistiu e permaneceu no Brasil. Joe Carioca, criado pela equipe da Disney, foi produzido no Brasil como Zé Carioca.


   Trabalhou intensamente na imprensa, publicou charges nos principais jornais e revistas da sua época, entre eles, estão: O Malho, O Tico-Tico, Ilustrações Brasileiras, Para Todos, Fon-Fon, Careta, O Tagarela e O Cruzeiro. Em toda a sua obra, além de provocar o riso, levava o leitor a refletir e a desenvolver um pensamento crítico.









J.Carlos por J.carlos

   Nossa escola, leva seu nome!

Um comentário:

Unknown disse...

Gostei de saber um pouco sobre o patrono da escola, pois estudei lá e nem imaginava quem ele foi. Obrigada por essa informação! O blog está lindo, com muitas publicações dos trabalhos feitos na escola. Estou adorando! Beijos da Tia Fernanda Morais.